Fluxo de navegação Página inicial -> Castelo Voltar à página anteriorVoltar Imprimir
 
 
  O Castelo  
 

O CASTELO – SÍMBOLO DA ARMA DA ENGENHARIA

As Torres de Vigia

Havia, na Idade Média, ao longo dos mais importantes itinerários da Europa e Oriente, torres de vigia, em pontos estratégicos. Eram torres instaladas e com guarnições temporárias (não efetivas). Eram ativadas conforme a necessidade de cada exército.

Serviam tais torres de base para Unidades esclarecedoras, auxiliando no apoio ao movimento tanto para observação como apoio logístico. Eram de médio à grande porte. E contavam com defesas próprias (obstáculos, tais como, muros e fossos).

Talvez aí tenhamos a origem da base elíptica do castelo da Engenharia.

Tais torres também eram utilizadas por ocasiões de retraimentos e retiradas de exércitos. Da mesma forma eram utilizadas como apoio logístico e, juntas, formavam uma linha de defesa com construção e agravamento de obstáculos ao seu entorno e entre elas.

Ilustrativamente, se pode traçar um paralelo de utilização desse sistema de torres com a "Linha de Torres Vedras", em Portugal, (construídas na era napoleônica); outro possível evento que pode esclarecer e nos levar à origem do símbolo da Engenharia.

 

 

 

 

Pesquisa de NEI Futuro Rocha - Cel R1 PTTC do EPDECEx. Acréscimos de fotos de Luciano Rocha Silveira – Cel Ref PTTC do DEC

 

As Torres Vedras

As Linhas de Torres Vedras, ou simplesmente Linhas de Torres, são o conjunto de fortificações e outros trabalhos defensivos situados na península de Lisboa. No contexto da Guerra Peninsular, foram concebidas com a finalidade de impedir um exército invasor de atingir a capital do Reino de Portugal ou, em caso de derrota, permitir o embarque, em segurança, do Exército Britânico em retirada.

“Uma das estratégias para a defesa de Portugal foi construir pontos de resistência em Portugal que permitissem atrasar avanços das forças invasoras e desgastar o inimigo antes de combates importantes. Nesse sentido, decide reforçar e reativar várias fortalezas portuguesas e criar obras de engenharia militares e em zonas de combate eventual.
No princípio de 1810, iniciara-se a construção das linhas de Torres Vedras que, em 7 meses, se concretizaram na construção de 108 fortes, 151 redutos, revelins e baterias armadas com 1.067 peças e guarnecidas por cerca de 68.000 homens. São 75 Km de defesas com pequenas torres construídas pelo Real Corpo de Engenheiros Português para defesa da nação contra a invasão dos franceses.
Essa linha de defesa ocupava áreas de seis Concelhos: Vila Franca de Xira, Torres Vedras, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço e Arruda dos Vinhos; normalmente em cumes.

Quando as forças de General Massena, do Exército Napoleônico invadem Portugal já o plano de defesa está implementado e as forças napoleônicas depois de terem passado o Côa e depois o Mondego, apesar da Batalha do Buçaco, embatem nas linhas de Torres Vedras defendidas pelas milícias portuguesas e pela artilharia portuguesa atrás das quais prontas a contra-atacar qualquer penetração se instalaram as unidades do Exército Anglo-Luso que tinham retirado do Buçaco. Massena impedido de chegar a Lisboa retira para Santarém e depois em fuga acaba por sair do território Português.

O Castelo da Arma de Engenharia Portuguesa

Castelo de Almourol, localizado na Freguesia de Praia do Ribatejo (em uma ilha do rio Tejo), Concelho de Vila Nova da Barquinha, Distrito de Santarém centro de Portugal, símbolo da Engenharia Militar Portuguesa, origem da Arma de Engenharia do nosso Exército.
            “...No século I aC, na ocupação da Península Ibérica, o local foi conquistado pelos romanos. Foi nesse período que a primeira fortificação foi erguida.

No século III dC, o sítio foi ocupado pelo Alanos, depois pelos visigodos e já no século VIII, pelos muçulmanos. Estes últimos dão à fortificação a denominação de Al-morolan (pedra alta).
                Em 1129 a fortaleza é conquistada por D. Afonso Henriques aos mouros e posteriormente doada à Ordem dos Templários ficando com esta até 1311.
                Já como Castelo de Almourol, entre 1160 e 1171, foi reedificado e por várias vezes restaurado, tendo adquirido em linhas gerais as suas atuais feições, com características da arquitetura templária.
                Em 1755 o castelo foi vítima de um terremoto, voltando a sofrer mais obras e alterações na sua estrutura.

                Na metade do século XIX, Almourol foi entregue ao Exército Português que está sob sua guarda até hoje.         No século XX foi classificado como monumento nacional...”

O Castelo da Arma de Engenharia do Exército Brasileiro

O castelo da Engenharia na realidade é uma torre que muito se assemelha às torres de vigia, construídas pelos fenícios em eras antes de Cristo, bem como as torres de castelos medievais ou mesmo das torres de Vedras da era napoleônica.

a. A Guerra Fantástica e as Guerras Peninsulares no Concelho de Proença-a-Nova "A reação dos portugueses às invasões napoleónicas” - 24 de novembro Sobreira Formosa / auditório municipal de Proença-a-Nova Vila Velha de Ródão, 2012

b. Revista ITINERANTE Especial 2010 – Linhas de Torres Vedras (Portuguesa)

O Castelo de Almourol – uma produção de Venus Creations.ca - https://www.youtube.com/watch?v=z3ysSdX9MoE

Primeira referência

Com o decreto de 12 de Fevereiro de 1812 foi reorganizado o Real Corpo de Engenheiros. Para este corpo foi acrescentado, ao Plano de Uniformes, de 19 de maio de 1806, que os oito botões da casaca teria o detalhe de um castelo de três torres, encimado por uma coroa.

Segunda referência

O primeiro Plano de Uniformes do Império do Brasil, foi publicado em 7 de outubro de 1823 onde citava que os membros do Corpo de Engenheiros (1ª Classe), teriam que usar o castelo tipo torre com as dragonas. O castelo sem as dragonas distinguia os secretários ou oficiais de administração. A partir daí o castelo tipo torre se manteve como símbolo representativo da Arma de Engenharia.

Primeira referência do atual castelo

O decreto nº 20.754, de 4 de dezembro de 1931, regulamentado pelo decreto nº 22.817, de 12 de junho de 1933 e publicado no Boletim do Exército nº 41 A, de 25 de julho de 1933, aprovou o Plano de Uniformes para uso exclusivo dos oficiais e praças do Exército ativo. O Castelo da Engenharia, como hoje conhecemos, consta na página 234 (descrição) e 235 (figura), do citado BE:

“Distintivos
1) OFICIAIS
a) De arma ou serviço
1. Os oficiais das armas e serviços usarão na lapela (na posição da figura) dos uniformes de gabardine cinza e branco um distintivo composto da arma ou serviço em metal dourado sôbre o fundo de esmalte cinza, de forma elítica e debruado por uma faixa ondulada côr de ouro. Este distintivo deve ficar perfeitamente ajustado á túnica.
Terão as seguintes dimensões:
Elipse : Eixo maior, 0,034; eixo menor, 0,026.

Engenharia - Um castelo.

“PRIMEIRO UNIFORME

DESCRIÇÃO DAS PEÇAS QUECOMPÕEM

Gola - Em pé, de veludo azul ferrete com 0,045, em média, de altura, com as pontas ligeiramente arredondadas.

Trapézio da gola - Com a côr da arma ou serviço, base maior 0,08 voltada para cima e base menor 0,04 voltada para baixo. Circundado por um friso bordado a fio de ouro a ponto real, com uma escama de lantejoulas douradas para capitães e subalternos; o mesmo bordado acrescido interiormente de um ondeado bordado a canotilho côr de ouro fosco, para oficiais superiores. No centro do trapézio, bordado a fio de ouro, o distintivo da arma ou serviço. O lado oblíquo do trapézio, oposto ao lado de fechamento da gola, terá duas reintrancias em curva suave, separadas por uma saliencia em angulo obtuso..”.

 

ONDE FOI USADO E ONDE É USADO O CASTELO

Plano de Uniformes - 1933

Botões

– Três botões, de metal dourado, pequenos, usados em cada punho do 1º uniforme de oficial superior e subalterno da Arma de Engenharia, um em cada extremidade do lado interno das ombreiras e sete para fechamento da túnica.

- Seis botões na carcela do 1º uniforme para oficiais superiores e subalternos – três de cada lado.

- Nas túnicas cinza e branca dos oficiais superiores e subalternos e sargentos, quatro botões para fechamento, quatro nos bolsos e um pequeno em cada ombreira; os botões de fechamento são sete no uniforme branco dos sargentos e no uniforme cinza dos cabos e soldados.

- No pelerine de oficiais superiores e subalternos, um botão pequeno no lado direito como acabamento do cordão em forma de alamares que prende o pelerine.

- Um botão pequeno em cada extremidade da jugular do boné (quepe).

- Na casaca (smoking), três botões de cada lado na frente da casaca, e três botões pequenos em cada manga. No colete quatro botões pequenos – dois de fechamento.

- Nos uniformes de brim verde oliva, os botões são na cor preta, de massa e com pormenores idênticos aos de metal dourado.

Cinto


               Também foi previsto o uso do símbolo das armas nas fivelas dos cintos, que eram de gorgorão de seda na cor cinza escuro.

 
 

Boné

“I - SARGENTOS
Descrição das peças que compõem os uniformes
A) UNIFORME DEGABARDINE
Boné de gabardine
Do modêlo identico ao dos oficiais, sendo a copa de gabardine cinza, impermeavel, da côr da tunica com vivo azul-marinho, cinta de pano azul-marinho, com uma semi-elipse vermelha, de 0,20 X 0,045 na frente, borda da cinta debruada de vermelho.

Cocar circular de 0,022 de diametro com as cores nacionais na copa e com o distintivo da unidade ou estabelecimento na semi-elipse.”

Distintivo da gola

Nos uniformes verde-oliva e de especialistas os distintivos de armas ou serviços serão bordados a linha branca, diretamente sôbre a gola...”

Distintivo de cobertura

“2) PRAÇAS
a} De unidades e estabelecimentos

17 . Batalhão de engenharia - Um castelo, 0,035 X 0;030.
I - Os sargentos usarão nas coberturas, exceto no gorro sem pala, os distintivos acima, com o número da unidade colocado na sua parte inferior, ...
Os distintivos são em metal oxidado em todos os uniformes.
II - Os cabos e soldados usarão os distintivos do mesmo modo que os sargentos.”

 

 

Reorganização da Arma de Engenharia – 1935

Ministério da Guerra - Rio de Janeiro, 18 de fevereiro de 1935 - Aviso n. 99.

Sr. Chefe do Departamento do Pessoal do Exército -

I - De accôrdo com a proposta do Estado-Maior do Exercito já approvada em virtude da nota I, do quadro XII, serie B, do annexo n. 3 á Lei de Organização dos Quadros de Effectivos do Exercito Activo, em Tempo de Paz, as unidades da arma de Engenharia, a partir de 15 de março proximo vindouro, ficarão assim constituidas:

Um batalhão de transmissões;
Um batalhão montado de transmissões;
Tres companhias independentes de transmissões;
Dois batalhões de pontoneiros;
Um batalhão ferroviario;
Uma companhia independente ferroviaria;
Quatro batalhões de sapadores;
Uma companhia montada de sapadores;
Tres companhias de preparadores de terreno;
Uma companhia telegraphica do Exercito;
Uma companhia escola de transmissões;
Uma companhia escola de sapadores mineiros.

II - A reorganização da arma será feita do seguinte modo:

A - UNIDADES DE TRANSMISSÕES

O 1º batalhão de engenharia se transformará em 1º batalhão de transmissões, pela reunião das companhias de transmissões dos actuaes 1º, 2º e 4º batalhões de engenharia, e terá séde no actual quartel da Villa Militar.

O 1º batalhão montado de transmissões, abrangendo as tres companhias montadas de transmissões a se organizarem ficará aquartelado na cidade de Rosario, Estado do Rio Grande do Sul, na séde do actual 5º regimento de cavallaria independente.

A 1ª companhia independente de transmissões terá séde em Curityba, no quartel do actual 5º batalhão de engenharia, por transformação da companhia de transmissões desse batalhão.

A 2ª companhia independente de transmissões, organizada com os elementos da companhia de transmissões do actual 6º batalhão de engenharia, terá séde em Campo Grande, Estado de Matto Grosso.

A 3ª companhia independente de transmissões será organizada com os elementos da companhia de transmissões do actual 3º batalhão de engenharia e terá séde em Pôrto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul.

B - UNIDADES DE PONTONEIROS

O 1º batalhão de pontoneiros abrangerá as companhias de pontoneiros dos 1º e 4º batalhões de engenharia e uma terceira a ser organizar. Sua séde provisória será em Itajubá, no quartel do 4º batalhão de engenharia.

O 2º batalhão de pontoneiros compreenderá as companhias de pontoneiros dos 3º e 5º batalhões de engenharia e uma terceira a se organizar. Terá séde no quartel do actual 3º batalhão de engenharia, em Cachoeira, Estado do Rio Grande do Sul.

C - UNIDADES DE SAPADORES

Quatro batalhões de sapadores, numerados seguidamente, com séde, respectivamente, em Curityba, São Paulo, Cachoeira e Aquidauana, por transformação dos actuaes 5º, 2º, 3º e 6º batalhão de engenharia, e que serão empregados, de preferência, nas construcções e reparação de estradas, conforme plano estabelecido pelo Estado-Maior do Exercito. Esses batalhões terão uma companhia extra e tres companhias de sapadores.

III - As demais unidades supramencionadas terão organização e séde já previstas na citada Lei de Organização dos Quadros de Effectivos. - P. Góes.

(Transcrito do Boletim do Exército Nr 10, de 20 de fevereiro de 1935)

Alguns distintivos foram criados, em face do Aviso acima citado:

 

Regulamento de Uniformes do Pessoal do Exército - 1951

O Boletim do Exército nº 51, em seu Suplemento, de 22 de dezembro de 1951 publicou o Regulamento de Uniformes do Pessoal do Exército (RUPE). Modificações publicadas no RUPE de 1933 foram notadas: distintivo de gola do uniforme cinza – eixo maior na horizontal.

Adotado o distintivo de gorro para distinguir as Unidades e divisas para distinguir as praças.

Foram recriados os distintivos dos cursos e de aperfeiçoamentos.

DISTINTIVOS

Art. 40. Os distintivos da Academia Militar se compõem:

a) da Academia:
Brasão de Armas - Escudo orlado de azul, tendo em campo de ouro o perfil estilizado das Agulhas Negras. Em abismo uma tôrre de ouro. Mote: "Agulhas Negras" em azul num fitão de ouro.
Suportes - Lanças e espingardas em riste e um canhão pôsto horizontalmente por trás do têrço inferior do escudo. Fôlhas de acanto e ramos de carvalho com folhagem ornam os seus contornos.

2) Brasão de Academia, nas suas côres, no interior de um escudo retangular e arqueado no lado superior, campo de azul turquesa, com debrum da côr correspondente a cada ano (Fig. 173), assim:
1º ano - debrum vermelho;
ano debrum vermelho e dourado com intervalos iguais;

3º ano - debrum dourado

Art. 5.Os distintivos são usados:

a) Os correspondentes a cada Escola:

1) em metal dourado - nas golas dos 1º e 2º uniformes, da de pelerine e no boné.

2) em metal oxidado - nas golas dos 3ºe 4º uniformes.

O brasão da Escola Preparatória de São Paulo foi o adotado para a Escola Preparatória de Cadetes do Exército – EsPCEx (Portaria Ministerial nº 698, de 14 de julho de 1986)

Regulamento de Uniformes do Exército - 1970

O Boletim do Exército nº 52, em Separata, de 25 de dezembro de 1970 publicou o decreto nº 67.042, de 12 de agosto de 1970, aprovando o Regulamento de Uniformes do Exército (R 124-RUE). As descrições das peças foram detalhadas em Portaria Ministerial nº 75-GB, de 21 de janeiro de 1972, publicada, em separata, no Boletim do Exército nº 12, de 24 de março de 1972.

“2. Do IME
a. ...        
                Escudo português de campo azul-celeste, com bordadura dourada, dispondo de um conjunto composto de uma coroa de louros aberta, emoldurando uma roda dentada, que tem ao centro ...”
c. Curso Industrial de Metalurgia

Regulamento de Uniformes do Exército - 1998

A Portaria nº 806, de 17 de dezembro de 1998, aprova o novo RUE com a modificação no distintivo de Engenheiros Militares: o castelo não mais tangencia a roda dentada em sua parte superior.

Regulamento de Uniformes do Exército - 2015

O Regulamento de Uniformes do Exército - RUE (EB10-R-12.004), publicado pela Portaria nº 1.424, de 8 de outubro de 2015, traz novidades com relação às Unidades que ostentam o castelo da Engenharia em seus distintivos.
                O distintivo do Engenheiro Militar volta à configuração anterior (RUE de 1986) – tangenciando o castelo na roda dentada em sua parte superior.
Foram criados o distintivo do Curso e do Estágio do Centro de Instrução de Engenharia de Construção.

FEITURA MODULAR DO CASTELO

Introdução

Até o ano de 1992 nada existia, escrito ou desenhado, sobre o Castelo da Engenharia que mostrasse alguma proporcionalidade em suas curvas. Os únicos documentos que faziam referências ao castelo eram: o Dec. nº 22.817, de 12 de junho de 1933, publicado no Boletim do Exército nº 41A, de 25 de julho de 1933 – citado na primeira referência acima, o Ofício nº 592, de 6 de maio de 1935, publicado no Boletim do Exército nº 26, de 10 de maio de 1935 - “...distintivos de Curso de Engenharia Militares, diplomados pelo Instituto Geográphico Militar, pela Escola Téchinica do Exército e os de praças da arma de engenharia” e o Aviso nº 889, de 31 de dezembro de 1937, publicado no Boletim do Exército nº 1, de 5 de janeiro de 1938 – “ O Sr. Ministro da Guerra declara que approvou, para a Companhia-Escola de Engenharia, a adopção de um distintivo, o qual constará de uma estrella de cinco pontas, no corpo de um castelo com 0,035 x 0,030, conforme a figura sob n. 18, no Boletim do Exército n. 41 A, de 25 de junho de 1933.”  que aprovaram o castelo na feitura atual. Por serem os castelos distintivos de gola e de lapela, apenas definiam suas medidas de 0,035 x 0,030, possivelmente do metro. Não havia proporcionalidade, pois outros castelos mediam 0,030 x 0,025.

O então TC Eng HIGINO Veiga Macedo junto com o Sub Ten Eng Wendelin LINDENBERG (em 1989 e com correções em 1992) resolveram encontrar medidas modulares que permitissem construir o Castelo da Engenharia a partir de uma primeira medida, a altura (h). Assim chegaram à primeira relação:
3h = 4b ou b = 3/4 h, onde é a medida da base.

Para fins de identificação divide-se o castelo em três partes: torre central com a porta de entrada e as duas seteiras, torres laterais e a base.

Sequência dos desenhos

Para o desenho do castelo basta a medida da altura. Estabelecida esta mensuração serão desenhados os módulos submúltiplos com a medida de 1/12 da altura.

4 Refeito o projeto no formato digital e vetorial, com algumas simplificações, por Luciano Rocha Silveira – Cel Ref PTTC do DEC

  1. Desenho das laterais e topo

1) Desenhar (Fig 1) um retângulo com a altura desejada (h) e base (b) com 3/4 da altura;

2) dividir o retângulo em 4 partes iguais determinando o centro O;

3) prolongar a linha que passa em O paralela à base, para a direita e para a esquerda;

4) traçar uma linha paralela e prolongá-la, abaixo da anterior, distante h/8 desta, determi­nando O’;

5) para traçar o arco lateral interno de raio (R1), marque os pontos P equidistantes de h/8 de O; de P traçar uma linha paralela à base igual a h, determinando o ponto O’’; com ponta seca em O’’ e abertura O’ - P, traçar o arco da base a parte superior do retângulo;

6) para o arco lateral externo de raio (R2), determine o ponto O’’’ a partir do canto inferior do retângulo com a abertura do compasso em 5/6 h; com a mesma abertura do compas­so e ponta seca em O’’’, traçar um arco do canto inferior à lateral do retângulo;

7) para o arco de topo da torre central de raio R3, ponta seca em O com abertura do com­passo igual a h/2, traçar um arco que toque os arcos laterais internos;

8) para o arco do topo das torres laterais de raio R4, ponta seca em O’ com abertura do compasso igual a h/2, traçar um arco que toque os arcos laterais internos e externos; o 2º arco de raio R5, ponta seca na linha central vertical com deslocamento de h/12 a partir de O’ e abertura igual a h/2. Proceder de modo análogo e simétrico em relação ao outro lado da torre.

b. Desenho da porta do castelo e seteiras

 1) Porta -Altura: entre a base e a linha que passa em O’(Fig 1); largura: igual a h/12 e fechada na parte superior por um semicírculo de raio R6 = h/24;
 2) Seteiras - vazadas, quando o castelo for confeccionado com material possível de vazar. As seteiras correspondem a dois blocos retirados da torre central.

c. Desenho dos arcos dos blocos de pedra da torre central (Fig 2)

1) Prolongar o eixo central vertical para baixo;

2) o raio do segundo arco da torre central (RC1), tem centro em O e abertura 5/12 h; do RC2 até o RC5 a  abertura é constante e igual a h/3 e o centro é deslocado de h/12 a partir de O para o traçado do quarto arco (RC3) ao sexto arco (RC5);

3) os RC1 e RC3 serão os raios dos arcos superiores e inferiores das seteiras, respectivamen­te;

4) a partir do RC6, inclusive, até o RC11 as aberturas serão aumentadas, para cada arco, de h/12 e os centros deslocados de h/6 a partir de RC5; o RC11 é o raio do último arco.

5) para o traçado dos blocos superiores laterais da torre central: centro em O’’, abertura igual a h + h/12 e h + h/6 (RB1e RB2), traçar os arcos entre o 1º e o 2º arco do topo da torre central;

6) blocos superiores laterais da torre lateral: centro em O’’’, abertura igual a R2 + h/6 e R2 + h/12    (RB3 e RB4), traçar os arcos entre o 1º e o 2º arco do topo da torre lateral;

7) para o traçado do bloco superiores central da torre: centro em O, abertura h/2 (RB5), ligar os arcos traçados anteriormente. Proceder de modo análogo e simétrico em relação ao outro lado da torre.

d. Desenho dos arcos dos blocos de pedra da torre lateral (Fig 3)

1) Os raios dos arcos horizontais da torre central (RL1 até RL3), terão as aberturas cons­tantes igual a h/2 e os centros deslocados de h/2 a partir de O’;

2) os raios RL4 até RL8 terão as aberturas aumentadas, para cada arco, de h/12 e os centros deslocados de 2 (h/2) a partir de O’’. Proceder de modo análogo e simétrico em relação ao outro lado da torre.

e. Desenho da elipse (Fig 4)

1) Traçar a figura auxiliar - retângulo de altura h e base h/2. Dividir a base e a altura por 16, numerar e ligar os números correspondentes da base e da altura. Traçar a elipse nas tan­gentes das linhas;

2) marcar sobre o eixo maior do retângulo 1/12 h para cada lado, determinando os pontos F e F’, a partir da interseção do arco externo com a linha lateral do retângulo auxiliar do castelo. Os pontos F e F’ são referências para o limite da elipse interna.

f. Desenho dos blocos da elipse (Fig 4)

1) Traçar uma reta paralela à base do castelo distante 1/24 h e dividi-la em 6 partes;

2) nas divisões traçar 2 linhas paralelas distantes 1/24 h de com inclinação de 45°.

ESTILIZAÇÃO DO CASTELO

O Castelo da Engenharia também teve sua feitura de forma estilizada, como o símbolo do 7º Batalhão de Engenharia de Construção quando sediado em Cruzeiro do Sul no Acre.
Logotipo do 7º BEC

 a. Considerações iniciais

                O Logotipo do 7º BEC foi adotado pelo Batalhão com publicação no Boletim Interno nº 87, de 22 de julho de 1970. Foi concebido e criado pelo Cel Eng Ney de Oliveira AQUINO.

b. Descrição

                Inscrito num círculo branco, o castelo azul, símbolo e cor da Arma de Engenharia é transformado, estilizadamente, num 7 (sete), número do Btl, graças a uma curva de estrada e que lembra a missão rodoviária. A constelação do Cruzeiro do Sul, em amarelo, indica a homenagem à primeira cidade escolhida como sede.

c. Memória descritiva

                A reprodução do logotipo é geométrica e com medidas modulares, partindo de uma medida qualquer que será subdividida em 14 (quatorze) partes, sendo cada parte um módulo. Para facilitar a reprodução segue-se, de forma didática, 06 (seis) passos. Os instrumentos são os de desenho de escolas do 1º grau: régua, esquadro e compasso.

1°- Passo - Construir um Quadrado

                Traçar a medida dada na horizontal. Usando o processo geométrico do anexo G, construir um quadrado, identificando o vértice superior esquerdo com a letra maiúscula "A"; o superior direito com "B"; o inferior esquerdo com "C" e o inferior direito com "D".
                No lado "AB" dividir a reta em 14 (quatorze) partes iguais e numerando-as, empregando o processo do anexo G. (Ver anexo A).

2º- Passo - Traçar os Arcos Laterais

                Com compasso, ponta seca em B, abertura até D, traçar um arco; ponta seca em D, abertura em B, traçar o segundo arco encontrando o centro 01; centro em 01, abertura B ou D, traçar o arco BD no lado BD. Repetir o processo obtendo 02 e traçar o arco AC no lado AC. (Ver anexo B).

3º Passo - Traçar a Curva de Estrada

                Para os arcos, determinar os pontos de apoio. Ponta seca em A, abertura igual a 7 (sete) módulos, determinar no lado AC o ponto "s"; ponta seca em "B" abertura igual a 2 (dois) módulos, determinar no lado BD o ponto “p”.
                Ponta seca em "p", abertura até "C", e vice-versa, determinarocentro 03; ponta seca 03, abertura "C" ou "p" traçar oarco “Cp”.

                Ponta seca em "s" abertura até "p", e vice-versa, determinarcentro 04; ponta seca 04, abertura "s" ou "p" traçar oarco “sp” (Ver anexo C).

4º Passo - Traçar as Seteiras do Castelo

                No lado AC marcar, a partir de A, um módulo determinando "At"; idem no lado BD determinando "t”(t linha). Traçar a semi-reta tt' bem fraca.
                Nos pontos 2 e 3, 5 e 6, 8e 9, 11 e 12, ligá-los à retaABcom a reta tt'. (Ver anexo D).

5º Passo - Traçar as estrelas do Cruzeiro

Nos pontos 3, 7, 9 e 11 dos módulos, traçar verticaisatéa reta CD. Do ponto 3 marcar três módulos e determinar e1; do ponto 7 marcar um módulo e meio (1,5m) e 12 módulos determinando e2 e e3; do ponto 9 marcar 7 módulos e determinar e4 e do ponto 11 marcar 5 módulos determinando e5. Nos pontos e1, e2, e3 e e5 fazer circunferências de raio igual a meio módulo (r = 1/2 módulo) com compasso, ou manual, e traçar uma estrela de cinco pontas com o cuidado de que uma ponta fique no lado superior; no ponto e4 o raio é igual a 1/3 módulo (Ver anexo G e E).

6º Passo - Traçar o Círculo Externo

                Traçar as diagonais AD e BC determinando 05. Centro em 05, traçar o círculo envolvente. (Ver anexo F).

d. Transformação do logotipo

                Segundo o seu criador, o logotipo não tem o segundo círculo; enem as inscrições do nome da Unidade e a cidade de localização. A definição de logotipo também confirma a deturpação sofrida.
                Acontece que tal deturpação perdura, no mínimo, por quase duas décadas. No país inteiro é mais conhecido o logotipo transformado.

7º Passo – Execução do logotipo transformado

                Prolongar a diagonal AD a partir de A. Marcar 2 módulos determinando A'. Centro em 05 abertura A', traçar o segundo círculo.

                Para as inscrições, dividir os círculos em arcos de 6 graus.Considerar 4 quadrantes de 90 graus que conterá 15 arcos de 6 graus. Considerar 4 quadrantes de 90 graus que conterá 15 arcos de 6 graus;

               No quadrante CD – escrever uma letra em cada arco de 6 graus da palavra RIO BRANCO-AC, deixando dois arcos vazios, nos extremos;

               No quadrante CA – escrever uma letra em cada arco de 6 graus da palavra 7º BATALHÃO, deixando dois arcos vazios, nos extremos

               No quadrante AB - escrever uma letra em cada arco de 6 graus das palavras DE ENGENHARIA deixando um arco vazio nos extremos;

              No quadrante BD – escrever uma letra em cada arco de 6 graus das palavras DE CONSTRUÇÃO deixando um arco vazio nas extremidades. (Ver anexos F e G).

 

 

Figuras desenhadas por Luciano Rocha Silveira – Cel Ref PTTC do DEC , com base nas informações do criador do logotipo:

 

Logotipo da BRAENGCOY

Em 2014, a então tenente QCO KARLA Roberta Holanda Gomes Moreira, especialista em Comunicação Social, criou o logotipo da BRAENGCOY. A tenente Karla fez parte do 19º Contingente e o referido logotipo foi criado no Haiti e adotado definitivamente pelos Contingentes seguintes.

 

Contribuíram com este trabalho o Coronel Reformado HIGINO Veiga Macedo quanto à feitura modular do castelo; o Coronel R1 PTTC Antonio Joaquim de Carvalho MELO e do 1º Tenente EDMILSON Lima Souza, ambos da Secretaria Geral do Exército, na pesquisa em Boletins do Exército com relação aos distintivos previstos em Regulamentos de Uniformes do Exército.

 

Brasília-DF, 12 de setembro de 2016

 

Luciano Rocha Silveira – Cel Ref PTTC do DEC

Clique aqui para baixar o PDF